Saturday, September 25, 2010

Breviário do pensamento cosmológico - a maçã cai da macieira














Isaac Newton: matemático e físico inglês (1642-1727), o seu nome está ligado ao episódio lendário da maçã que, ao cair, o teria conduzido à teoria da gravitação.
Em Gramthan deixou o nome gravado no peitoril da janela da sua sala de aula – onde ainda hoje pode ser visto, protegido por uma placa de vidro – e o seu temperamento de investigador manifestou-se muito cedo, pois ainda em criança inventou um relógio de sol.
Newton era um génio! A família, de agricultores pobres, conseguiu enviá-lo para Cambridge, onde devia tornar-se pregador..., o que, felizmente para a humanidade, não veio a acontecer.
Foi em Cambridge que fez os seus estudos e em 1669 era professor de matemática. Estava aberto o caminho para a criação da física moderna.
O desaparecimento dos «lugares naturais» de Aristóteles, para os quais os corpos eram atraídos, bem como o sistema das esferas cristalinas, que tinham sido uma vantagem para Ptolomeu e tinham influenciado Copérnico, criavam outro tipo de problemas: o que é que mantinha os planetas em movimento e a orbitar em torno do Sol?
Kepler concluíra que existia uma força centralizada no Sol, que actuava sobre os planetas e calculava que essa força fosse magnética. Galileo discordava. Era absurdo, dizia ele, imaginar forças que percorriam o espaço e influenciavam os corpos celestes, não sendo possível que forças desse tipo, vindas da Lua, originassem as marés na Terra!
Newton, entretanto, debruçara-se sobre vários problemas da Física: tinha decomposto a “luz branca” nas cores do arco-íris que a constituem, fazendo-a passar através de um prisma[1] e conseguira transformá-la de novo em “luz branca” ao passá-la através de outro prisma ; descobrira o teorema do binómio e inventara o calculo infinitesimal, a arma mais poderosa e de maior alcance que os matemáticos alguma vez tinham utilizado!; construíra um novo tipo de telescópio – o telescópio de refracção – e com ele observara os satélites de Júpiter.
Chegara o momento de questionar o movimento dos corpos celestes: porque razão a Lua mantinha o seu movimento em volta da Terra? Newton concluiu que a órbita da Lua em torno da Terra se devia ao mesmo tipo de força que leva uma maçã a cair da árvore. A história da maçã pode ser apócrifa, mas esta observação, ou outra semelhante, levou-o a propor a existência de uma força de atracção, mútua, entre quaisquer corpos, directamente proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Estava descoberta a Teoria Universal da Gravitação[2] .
O desenvolvimento da teoria da gravidade foi essencial à dedução das leis de Kepler e à explicação do fenómeno das marés e da precessão[3] dos equinócios. Foi, ainda, com base na teoria da gravidade, que no séc. XIX foi prevista a existência de um novo planeta no Sistema Solar – Neptuno.

Copérnico & Galileo

[1]As investigações de Newton sobre a luz e sobre a cor foram reunidas na obra Óptica.
[2]Os trabalhos realizados sobre a teoria da gravitação foram exposto na obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, publicada em 1687, onde Newton demonstra que a lei da gravitação é Universal: F = G x m1 m2 / d2 (F – força de gravidade, G – constante de gravitação, m1 e m2 – massas dos dois corpos, d – distância entre eles).
[3]Precessão: movimento retrógrado dos pontos equinociais.

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