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No ano de 1543, ano da sua morte, Nicolau Copérnico publica a sua obra De Revolutionibus Orbium Coelestium (Tratado Das Revoluções Do Mundo Celeste), escrita em 1530. E que revolução ele faz no pensamento astronómico da época, baseado no velho sistema de Aristóteles e Ptolomeu, que considerava a Terra o centro do Mundo, à volta do qual orbitavam os outros astros. Para a Igreja de Roma a teoria geocêntrica[1] do Mundo era indiscutível. Copérnico tem nas mãos um exemplar da sua obra poucos dias antes de fechar os olhos, sendo as provas revistas pelo seu discípulo e amigo Rheticus. «Não duvido de que os matemáticos concordarão comigo se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente mas profundamente, das demonstrações que darei nesta obra», diz Copérnico, falando do seu novo sistema. O seu editor tem a precaução de redigir um prefácio que apresenta o livro mais como uma visão do espírito do que como uma tese científica e Copérnico dedica a sua obra ao Papa!
Homem de grande cultura (estudara Filosofia, Medicina, Farmácia, Matemática, Ciências, Astronomia e Teologia), este polaco nascido em 1473, em Toruñ[2], fora nomeado cónego.
Sem instrumentos de precisão, que não existiam na época, mas fruto da sua reflexão lógica e do estudo de alguns filósofos gregos, antes de Ptolomeu, que tinham concebido a possibilidade de um Mundo heliocêntrico[3], chega à conclusão desconcertante de que a Terra não está no centro do Universo, em torno da qual tudo se move. E prevê que o nosso Planeta realiza um movimento de rotação à volta do seu eixo e um movimento de translação à volta do Sol – acontecendo o mesmo com os outros planetas, embora com velocidades diferentes. A ideia de Copérnico não era propriamente nova! Um sistema heliocêntrico tinha sido proposto por volta de 200 a.C., por Aristarco de Samos[4], embora não tendo sido aceite devido ao peso da doutrina de Aristóteles e do “senso comum”.
O modelo de Copérnico, ao banir a ideia de que a Terra era o centro do Sistema Solar, conduz a uma explicação simples para o movimento retrógrado dos planetas e para a variação do seu brilho: o brilho dos planetas varia conforme a sua distância da Terra e do Sol, e o movimento retrógrado é devido ao movimento mais rápido dos planetas com órbitas mais pequenas.
Copérnico continua, no entanto, a pensar que os planetas descrevem círculos à volta do Sol. Ptolomeu tinha sido capaz de prever a posição de Marte com um erro de pouco mais de 5 graus; Copérnico fê-lo com um erro de um pouco menos de 5 graus. Este continuará a ser um problema até se desmoronar a tradição, velha de dois mil anos, das órbitas circulares. Mas o seu sistema heliocêntrico lança as bases para importantes avanços no conhecimento do Universo...
Copérnico & Galileo
[1] Geocêntrico (Gr. gê, Terra + kénton, centro), adj. diz-se do sistema em que a Terra é considerada como centro dos movimentos dos astros.
[2] Toruñ: cidade nas margens do Rio Vístula, na Posnânia.
[3] Heliocêntrico (Gr. hélios, Sol + kénton, centro), adj. relativo ao Sol, como centro do sistema astronómico.
[4] Samos: ilha perto do que é hoje a Turquia.
[2] Toruñ: cidade nas margens do Rio Vístula, na Posnânia.
[3] Heliocêntrico (Gr. hélios, Sol + kénton, centro), adj. relativo ao Sol, como centro do sistema astronómico.
[4] Samos: ilha perto do que é hoje a Turquia.
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